Um recurso a não desperdiçar
A água da chuva faz parte da vida do ser humano desde sempre, e por toda a história da humanidade encontramos exemplos da sua captação e armazenamento para consumo. Afinal de contas a água era uma bênção dos Deuses. Hoje podemos considerar que continua a ser uma bênção mas que a rejeitamos de uma maneira geral, dadas as comodidades da vida moderna.
A progressiva consciência sobre a sustentabilidade na utilização dos recursos está a introduzir novas formas de projectar os edifícios e as cidades, de modo a que se volte a aproveitar a água da chuva, não para os mesmos fins da antiguidade, consumo humano, mas para usos que dispensem a utilização de água potável, que tão caro nos custa a tornar própria para consumo.
Regras internacionais sobre sistemas de Aproveitamento de água da chuva
Internacionalmente é mais usual falar-se em aproveitamento de águas pluviais (AAP) e de Sistemas de Aproveitamento de Água Pluvial (SAAP).
Regras a observar no dimensionamento e na instalação destes sistemas:
- Adopção de um modelo de cálculo específico para aferição das quantidades e das necessidades de água em cada projecto.
- Admitir apenas como úteis as superfícies de recolha que não estejam em contacto periódico com pessoas, animais ou máquinas.
- Adoptar sistemas de filtragem que rejeitem as primeiras águas após longos períodos sem pluviosidade, em valores médios de rejeição de 0,5 litros por m2. Técnica conhecida por “First Flush”.
- Prever uma válvula de corte no início do sistema, com desvio para o colector pluvial, de modo a “desligar” todos os seus componentes para verificação, manutenção ou substituição.
- Prever uma válvula anti-refluxo com membrana anti-roedores na saída (overflow) do esgoto do depósito de armazenamento, que deve estar ligado ao colector pluvial.
- Utilizar um depósito de armazenamento construído num material cujas paredes sejam isentas de porosidade, nem propiciem reacções quimicas. O polietileno de alta densidade é o neste momento o material mais indicado para guardar a água da chuva.
- O depósito deve ser enterrado, garantindo-se que a água da chuva fica protegida da luz e uma temperatura sem grandes variações. Dessa forma se pode evitar a formação de algas e o desenvolvimento de certos micro-organismos.
- O depósito deve ter uma abertura tamponada capaz de permitir o acesso ao seu interior para manutenção.
- A entrada de água no interior do depósito deve ser feita do fundo para a superfície através de um acessório especial que não origine turbulência, além de que dessa forma se consegue uma oxigenação da água armazenada sempre que entra uma nova.
- A captação de água no interior do depósito pela bomba deve acontecer a cerca de dez, quinze centímetros abaixo do nível, sendo nessa zona que se encontra a melhor qualidade.
- O dimensionamento do sistema deve prever que o overflow do depósito aconteça entre três a cinco vezes por ano, garantindo-se uma boa renovação.
- No caso de a água da chuva alimentar alguns equipamentos no interior dos edifícios, cisternas de WC, por exemplo, essa canalização deve ser independente da restante e sem possibilidade de cruzamento. As bombas que simultâneamente estão ligadas ao depósito da água da chuva e ao mesmo tempo à rede potável, fazendo a comutação automática após esgotar-se o depósito, devem possuir homologação garantindo a não entrada de água puvial na rede potável por refluxo.
- Todas as torneiras alimentadas pela água da chuva devem ser assinaladas com etiques indicando “água não potável ou imprópria para beber”. Essas torneiras só poderão ser manipuladas com uma chave de segurança.
- A manutenção e limpeza do sistema deve priviligiar as épocas do ano antes do início das chuvas e após o Inverno.
- Os principais parâmetros fisico-químicos da água armazenada no depósito deve ser verificada com intervalos máximos de seis meses.
- De cinco em cinco anos poderá ser recomendável o esvaziamento total do depósito e a sua lavagem profunda.
Fonte: http://www.graf.pt/
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