O Consumo e a Construção Civil

Conforme dados da Comunidade Européia, a enorme importância do impacto das atividades da construção civil no meio ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida do indivíduo é claramente demonstrada:
• Na ocupação territorial e a conseqüente poluição urbana;
• Numa forte periculosidade das técnicas construtivas e dos materiais utilizados há algumas décadas na construção: milhares de produtos cada vez mais sintéticos a base de substâncias petroquímicas de reconhecida toxicidade que tornam o canteiro de obras uma instalação produtiva de alto risco.
• Num consumo descontrolado de recursos não renováveis, em particular petróleo e água (cerca de 50% dos recursos extraídos da natureza são destinados à indústria da construção civil).
• Num maciço consumo de energia de origem fóssil (cerca de 45% da energia produzida na Europa é utilizada no setor construtivo).
• Na produção de poluição atmosférica crescente e responsável pelos fenômenos de poluição global como o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio (cerca de 50% da poluição atmosférica é produzida na Europa pelo setor construtivo).
• Na produção maciça de escórias e refugos (cerca de 50% dos refugos produzidos anualmente em Europa provêm do setor construtivo, na Alemanha chega a 70%).
No Brasil, estes números não são muito diferentes.
A construção civil consome:
• 40% dos recursos naturais e da energia produzida
• 34% do consumo de água
• 55% do consumo de madeira não certificada
• 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos e 50% do volume total de resíduos

Em face desses dados, torna-se evidente que as escolhas que cada dia a administração pública e o mercado da Construção Civil realizam por meio da atividade profissional de milhares de técnicos e operários tornam-se fundamentais. Estas escolhas exigem uma postura diferente de responsabilidade ética nos setores que determinam a qualidade do meio-ambiente.
Construir de maneira sustentável impõe a todos os envolvidos, do projetista ao usuário, do administrador público ao empresário, do produtor ao varejista, um forte empenho ético e um profissionalismo adequado.

Novas Obrigações Legais
Internacionais
Segundo a Diretiva Européia, todos os Estados se comprometem:
• A adotar metodologia que indique a eficiência energética dos edifícios.
• Com a adoção de requisitos mínimos revisados cada 5 anos.
• Edifícios novos > 1000m2:
– sistema de energia renovável
– calefação ou refrigeração central.
– Obrigatoriedade de apresentação de certificação energética dos edifícios para comercialização.
Em alguns paises, decretos regionais definem os parâmetros de ecoeficiência para novas obras e reformas, como:
• Máximo de consumo de água por instalação e o uso obrigatório de dispositivo economizador
• Limitação para a perda térmica das aberturas com vidro.
• Estabelece contribuição mínima de energia solar para aquecimento de água.
• Isolamento acústico mínimo 48 dB para as paredes.
• Criação de um sistema de pontos com referencia a uso de pré-fabricados, reciclagem, reuso de água, energias renováveis, ventilação natural, sendo que todas as obras devem atingir um mínimo de pontos.

Nacionais
A Resolução nº. 307, de 05/07/2002 CONAMA tornou obrigatória em todos os municípios do País a implantação de Planos Integrados de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e determinou, também, aos geradores, adoção de medidas que minimizem a quantidade gerada, sua reutilização ou reciclagem e, quando inviável, que os resíduos sejam reservados, segregados, para posterior utilização.
Em 2004, foram publicadas as Normas
NBR:15112 a 15116 para regulamentação da gestão de Resíduos sólidos.
No estado de São Paulo, através da
Lei Estadual 12.300/2006 foi estabelecida a Política Estadual de Resíduos Sólidos que define as responsabilidades e os procedimentos para incentivar e controlar o consumo e aproveitamento de resíduos da construção de maneira a promover a redução de consumo dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente, além da geração de empregos e da promoção da consciência ambiental.
Em algumas cidades brasileiras já é obrigatório a preparação para futura instalação
ou mesmo o uso de energia solar para aquecimento de água e em outras esta previsto um beneficio fiscal para sua utilização.

O Mercado no Brasil
Já é grande o interesse do mercado no tema da sustentabilidade com participação de importantes empresas pioneiras.
Construtoras
Existe um crescimento do numero de lançamentos de condomínios e empreendimentos residenciais de baixo impacto ou eco-amigáveis, com grandes áreas preservadas atingindo índices de 70% até 95% da área do empreendimento, reflorestamentos, captação e reuso de água e uso de energias renováveis.

Fornecedores
Varias empresas buscam produzir equipamentos que consomem menos água ou energia. Muitas outras desenvolvem e oferecem produtos de aplicação flexível, capacidade de reaproveitamento ou reutilização.

Indústrias
Obras industriais já apontam com reformas para redução de consumo de água e de energia nas instalações prediais, além de novas unidades com previsão para utilização de dispositivos e equipamentos para economia de água, iluminação inteligente, captação de água e uso de materiais de produção regional.

Mercado Financeiro
No sistema financeiro já existem linhas de financiamento especiais para produção e comercialização de equipamentos de aquecimento solar.
Desde 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA – ISE, faz a
avaliação de empresas para fins de investimentos, levando em conta tanto aspectos financeiros tradicionais quanto a performance ambiental e social das empresas. Tal qual o Índice da Dow Jones DJSI, reflete o reconhecimento do potencial financeiro relativo às questões de sustentabilidade nas grandes empresas.
De modo semelhante ao esforço desenvolvido por grandes empresas para ingressarem e permanecerem na relação daquele índice americano, muitas empresas neste momento desenvolvem esforço equivalente para configurar no ISE.
Grandes empresas do mercado brasileiro já buscam a certificação de seus edifícios e suas instalações para participarem do DJSI e este movimento deve se acentuar para a participação do ISE que, na sua revisão anual, inclui o percentual de unidades que possuem programa de ecoeficiência em suas instalações e as metas de redução de consumo de recursos com água, energia, papeis e combustíveis fósseis como questões na avaliação das empresas participantes.
http://www.anabbrasil.org/arquitetura.asp

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Marcos dos Anjos
Marcos dos Anjos
13 anos atrás

Olá! Gostaria de saber para qual e-mail eu posso enviar sugestões de pauta para vocês. Trabalho fazendo Assessoria de Imprensa nessa área e seria ótimo ter vocês em meu cadastro de veículos de comunicação ligados a Construção Civil. Favor responder através do email: [email protected] Aguardo retorno.

Obrigado!
Marcos dos Anjos
Assessor de Imprensa

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