O NINHO DOS ABELHAS INDIGENAS SEM FERRÃO
A estrutura e localização dos ninhos dos meliponíneos varia de acordo com as espécies. Diversas espécies de Melipona, Scaptotrigona e Plebeia, entre muitas outras, constroem seus ninhos em ocos encontrados em troncos e galhos de árvores vivas. Algumas espécies utilizam ocos existentes em árvores secas, mourões de cerca etc., como acontece com Frieseomelitta e com Friesella schrottkyi. Geotrigona, diversas espécies de Paratrigona, Schwarziana quadripunctata e Melipona quinquefasciata são algumas abelhas que constroem ninhos subterrâneos. Utilizam por isso, cavidades pré-existentes, como formigueiros abandonados. Melipona bicolor constroe seu ninho em locais frescos e úmidos como troncos de árvore, próximo ao solo. Algumas espécies do gênero Partamona constroem seus ninhos semi-expostos, em cavidades com abertura bastante ampla, ou em moitas de epifitas, samambaias e ambientes semelhantes. Outras espécies de Partamona e Scaura latitarsis constroem seus ninhos dentro de cupinzeiros vivos. Trigona cilipes nidifica dentro de formigueiros vivos. Trigona spinipes e outras espécies de Trigona, constroem seus ninhos expostos presos a galhos de árvores, paredes ou locais semelhantes. (Kerr et al., 1967).
Várias espécies que, normalmente, utilizam ocos existentes em troncos e ramos, ocasionalmente, constroem seus ninhos em cavidades existentes em paredes de pedra, alicerce de construção (local onde é comum encontrar ninhos de Nannotrigona testaceicornis).
Estrutura do ninho
Os ninhos dos meliponíneos apresentam arquitetura complexa e, embora apresentem algumas estruturas comuns às diversas espécies, existem diferenças marcantes entre os gêneros.
O ninho apresenta uma entrada, que normalmente é característica para cada espécie ou gênero (em muitos casos é possível a identificação das abelhas a partir da entrada do seu ninho).
Muitos Trigonini constroem a entrada utilizando cerume, muitas vezes um simples tubo por onde as abelhas entram e saem e onde guardas ficam postadas, defendendo a entrada. Em algumas espécies, este tubo se alarga formando uma ampla plataforma onde se postam as guardas. Outras utilizam resina para a construção da entrada. Em determinadas espécies a entrada é ampla, normalmente guardadas por diversas abelhas e pela qual entram e saem muitos indivíduos ao mesmo tempo. Outras constroem entradas estreitas por onde passa uma única abelha por vez e que é guardada por uma só abelha que fecha a entrada com sua cabeça. As diversas espécies do gênero Partamona constroem com barro a ampla entrada característica de seus ninhos. Melipona também utiliza barro, normalmente, misturado com resina e constróem a entrada estriada característica de muitas espécies do gênero.
À entrada segue-se um túnel construído com cerume, resina ou barro que vai até a região onde é armazenado o alimento. Em Partamona, à entrada segue-se um vestíbulo, que em algumas espécies imita um ninho abandonado, ao qual segue-se estreita entrada que dá acesso à área interna do ninho. Esta estrutura esta, aparentemente, relacionada a proteção do ninho contra invasores.
O alimento é armazenado em potes construídos com cerume. Mel e pólen são armazenados em potes separados.
Em alguns Trigonini os potes onde é armazenado o pólen, apresentam forma diferente daqueles utilizados para o mel, em Frieseomelitta varia, por exemplo, os potes de pólen são cilíndricos e bem maiores que os de mel, que são esféricos. A posição dos potes no ninho também varia conforme a espécie, mas de um modo geral estão colocados na periferia da área de cria.
Os favos de cria são construídos com cerume e na maioria das espécies são horizontais. As células do centro do favo são as primeiras a serem construídas sendo as demais construídas à sua volta, dessa forma, usualmente, a cria da região central do favo é mais velha. Nas espécies que constroem os favos em forma de cacho, a maioria das células não têm parede em comum, como em Friseomelitta, Leurotrigona e algumas espécies de Plebeia. Em Friesella schottkyi algumas colônias possuem favos irregulares. Espécies que constróem favos irregulares ou em cacho podem utilizar cavidades irregularidades, muitas vezes bastante estreitas.
Em grande parte das espécies os favos de cria são envolvidos por um invólucro, constituído por camadas de cerume que os protegem, inclusive contra a perda de calor.
No caso de espécies que utilizam ocos em árvores ou parede para cosntrução dos ninhos, esta cavidade é muitas vezes revestida com resina e delimitada com batume feito com resina, geopropólis (mistura de resina com barro) ou cerume, podendo apresentar-se perfurado, permitindo a ventilação e escoamento de líquidos que atinjam o interior do ninho.
Espécies que constroem o ninho exposto ou semi-exposto utilizam resina, barro e matéria orgânica em sua construção. Trigona utiliza folhas maceradas nessa construção. Algumas vezes usam folhas e brotos de plantas cultivadas, especialmente de laranjas, rosas e nóz macadamia e por essa razão se constituem em séria praga em áreas de extenso cultivo dessas espécies. Trigona constroe na parte oposta à entrada um escutelo, utilizando para isso lixo da colméia, abelhas mortas e fezes das abelhas. Essa estrutura bastante sólida protege o ninho e serve para sua sustentação.
Espécies que constroem ninhos subterrâneos, envolvem-no com camadas de batume sólido. O ninho fica suspenso dentro da cavidade e na parte inferior dessa, as abelhas constroem uma galeria de drenagem.
Fonte: http://www.ufv.br/dbg/bee/ninhomelipon.htm
Neste artigo é curioso as condições do local, dentro da Eco-Bioenergia tais seres como a abelhas para constituir a saúde da colméia “frequência da terra, acidez e biologia”, seguem princípios para sua implantação.
Welton Santos
arqtº espec. eco-bioenergia