Por Elaine Costa, do Moradia Sustentável
A melhor época para providenciar um sistema de captação de água de chuva é antes das chuvas fortes. Por isso, nestes meses em que muitos estados brasileiros passam por um período mais seco (como São Paulo, onde moro), é um bom momento tanto para corrigir problemas com os telhados, como para planejar e instalar um sistema de captação de água das chuvas.
A captação de água das chuvas, realizada tanto por empresas e residências, não impacta apenas no orçamento. Com a impermeabilização das grandes cidades (São Paulo conta com um índice de impermeabilização de 45%), enchentes são assunto comum durante a estação chuvosa. Por isso, jardins, canteiros, telhados e fachadas “verdes” e captação de águas são ações importantes que cada um pode realizar para minimizar os impactos do crescimento desordenado das cidades.
Modelo de cisterna em tambor – baseado no modelo de mini cisterna da Sociedade do Sol
Elaborada pela Sociedade do Sol, a Minicisterna para Residência Urbana é um projeto versátil e de fácil execução, mas não menos eficiente. De fato, esse modelo apresenta tudo o que uma cisterna precisa, só que em escala para um tambor de 200 litros (vide imagem em destaque).
1- entrada da água de chuva na Minicisterna; 2- TÊ que direciona a água para o tubo redutor de turbulência e o excesso para o ladrão; 3- freio redutor de turbulência;4- pequeno orifício para escorrer toda a água de dentro do redutor de turbulência, para quando esvaziar a Minicisterna; 5- pequena barreira para forçar com que o fluxo de água passe pela Minicisterna pelo item 3, para depois sair pelo ladrão através do item 6; 6- saída do excesso da água de chuva para o ladrão (extravasor), levando junto as sujeiras que ficam na superfície da água; 7- ladrão ou saída para mais uma bombona ou cisterna; 8- torneira para usar a água da Minicisterna; 9- válvula de retenção (válvula de pé ou válvula de poço); 10- saída para conectar a uma bomba de água para retirar a água da Minicisterna.; 11- válvula de tanque (ralinho) com registro para eliminar toda a água de dentro da Minicisterna; 12- mangueira (externa) para visualizar o nível da água (medidor volumétrico) de dentro da Minicisterna; 13- indicador do nível da água – bolinha flutuante preta; 14- abertura com tampa para colocar o clorador dentro da Minicisterna; 15- cordinha para prender o clorador na tampa (fio de PET); 16- clorador submerso (pequeno pote com alguns furinhos). Fonte: Sociedade do Sol
A vantagem desse modelo é que podemos adaptar segundo o espaço disponível e o tipo de uso destinado à água. Aqui em casa optamos por dois tambores de cerca de 220 litros. Um capta água exclusivamente para lavagem do quintal e o outro capta água para as plantas. Veja abaixo o tambor de água das plantas:
O sistema é bem simples: a água que desce da calha passa pelo rufo, passa pelo filtro de folhas e pedras, enche o dispositivo para separação da primeira água e depois vai para o tambor.
Para o filtro, fiz um furo no rufo com um kit corta-copo (furadeira) e fixei um pedaço de tela mosquiteiro no mesmo, usando Durepoxi. Repare que deixei uma queda dentro do furo, de forma a facilitar a saída das folhas.
Fiz o recipiente para águas fracas no mesmo rufo. Na ponta do mesmo, fixei a parte superior de uma garrafa de amaciante com Durepox e vedei com cola siliconada. Assim, quando esse espaço fica cheio (em chuvas médias e fortes) é que a água passa para o tambor.
Fiz o recipiente para águas fracas no mesmo rufo. Na ponta do mesmo, fixei a parte superior de uma garrafa de amaciante com Durepoxi e vedei com cola siliconada. Assim, quando esse espaço fica cheio (em chuvas médias e fortes) é que a água passa para o tambor.
O modelo de filtro da Sociedade do Sol é um pouco mais sofisticado, embora o trabalho compense pela estética da peça. O modelo de separador de águas
, que é muito semelhante ao do livro Soluções Sustentáveis – Uso da Água na Permacultura
, é o seguinte:
Depois do filtro e do separador, entra a torneira, que precisa ser posicionada um pouco acima da base do tambor para evitar os detritos no fundo do tambor. Nessa instalação pode-se usar um flange (de acordo com o tipo do tambor) ou fixar a torneira diretamente no tambor. Essa foi a opção que fiz, fixando a torneira com Durepox.
Por último, é preciso instalar um ladrão no tambor para dar vazão á agua excedente. Para isso, fiz um furo com o kit corta-copo no tambor e instalei uma curva. Cabe ressaltar que, caso o cano passasse de um lado a outro do tambor (modelo da Sociedade do Sol), a curva ficaria na ponta do cano.
Um outro item importante, que devo instalar em breve, é o compartimento para colocar cloro de origem orgânica, de forma a evitar proliferação de bactérias e outros microorganismos.
Por fim, considerei os demais itens do modelo de Minicisterna da Sociedade do Soldesnecessários para o que precisamos em casa, mas você deve avaliar conforme a sua necessidade. Para ajudar, relacionei abaixo quatro perguntas básicas que precisam ser feitas antes da instalação do seu sistema:
1. Quais os usos que serão dados para essa água?
2. Onde ficará o recipiente para a captação da água? O espaço que tenho fica próximo ao local em que farei uso da água? Caso negativo, como farei para a água chegar no local? – essas são questões importantes pois você pode captar a água mas, em função da dificuldade para usá-la, vai acabar desistindo no sistema.
3. Conheço o uso e o local disponível. Como farei para instalar o tambor? – é preciso avaliar as modificações necessárias caso-a-caso.
4. De quais materiais e equipamentos precisarei? – ter todos os itens a mão é fundamental para não deixar o projeto pela metade.
Somado ao nosso cantinho Zen, o sistema de captação de águas se tornou a atração da casa. Vários vizinhos já vieram elogiar e pedir algumas dicas para montar o sistema em casa.
Respostas de 5
Solicito a gentileza de me informar onde posso comprar um tambor com capacidade para 250 litros
Olá Eliete, veja na região onde mora através do google ou de lojas de materiais de construção. Nós não temos nenhum contato e não fazemos comércio ou propaganda.
Boa sorte,
Abraço,
Míriam
Muito legal o seu sistema!!
Só fiquei com umja dúvida: Pq não fazer o ladrão independente? (Ao inves de usar aquele sistema com o “T” descrito)
Olá Pedro, obrigada pela visita e pela sugestão. Nós não modificamos nada porque o projeto não é nosso, só publicamos, mas, acho que sua idéia é muito boa.
Abraço,
Míriam
@Pedro, a ideia de usar o sistema em T, como vc falou, é que há uma abertura na parte debaixo do tubo, e essa abertura recolhe objetos em suspensão (folhas, galhos…)