Uma habitação bioclimática reúne boa arquitetura, otimização do clima, proteção do ambiente e economia. Só em eletricidade e gás podem poupar bastante.

Projetar e construir um edifício considerando a envolvente climática é o objetivo da arquitetura bioclimática. Deste conceito advém ganhos bastante significativos. Tanto no inverno, como no verão, quase não precisa aquecer ou arrefecer as divisões de casa, isso na conta da eletricidade e de gás, mais baixa do que em construções onde o conforto térmico não está assegurado. Portugal tem um clima bastante favorável à adoção destes princípios.

Para perceber como aplicar algumas técnicas na sua casa, de modo a conseguir um maior conforto térmico, pode recorrer às agências de energia, municipais ou regionais.

Construção atenta aos pormenores
A orientação das fachadas da casa a Sul é favorável, no Inverno ou Verão, desde que com sistemas de sombreamento a proteger do sol direto. Numa sala de 30 m², por exemplo, as necessidades de arrefecimento podem aumentar em 1 kW, se a sala for orientada a Oeste, em vez de a Sul.
O isolamento térmico das paredes simples previne fugas de calor entre o interior e o exterior da habitação. O mesmo deve ser colocado no exterior, revestindo paredes e vigas e evitando as pontes térmicas. Uma parede simples isolada pelo exterior evita até 50% das perdas de calor.
Os vidros duplos protegem do calor e do frio. Têm duas camadas de vidro, separadas por uma câmara de gás inerte, de maior efeito isolante. As perdas de calor para o exterior reduzem-se em 45% com uma janela de vidro duplo e caixilharia isolante.
A chamada Parede de Trombe é constituída por um vidro exterior orientado a Sul, uma caixa-de-ar e uma parede de grande inércia térmica (de tijolo maciço, por exemplo). Estas paredes acumulam o calor do Sol durante o dia, transmitindo-o para o interior durante a noite.
A técnica de arrefecimento pelo solo permite refrigerar as divisões, fazendo passar ar do exterior por tubos enterrados, onde arrefece, sendo depois libertado na casa. No Inverno, o mesmo sistema permite preaquecer o ar.
A água pode ser usada para arrefecer o ar. Caso haja espaço disponível em frente à habitação, é possível criar espelhos de água. A evaporação da água dá-se junto às paredes exteriores da casa, diminuindo a temperatura do ar em seu redor.
As varandas, por cima das janelas ajudam, durante o Verão, a quebrar a incidência direta do Sol.
As janelas basculantes permitem, com o estore parcialmente fechado, arejar a casa. Por sua vez, as janelas pequenas evitam o arrefecimento excessivo das casas viradas a Norte.
A forma do edifício influencia as perdas e os ganhos de calor entre o interior e o exterior. Quanto mais compacto for o edifício, menor serão as perdas energéticas. Além disso, uma casa baixa está menos exposta ao vento.
O uso de vegetação, de preferência a Este e a Oeste, evita a entrada de radiação solar direta através das janelas e protege as paredes exteriores do excesso de calor. A vegetação também protege do vento e oxigena o ar.
A utilização de painéis solares fotovoltaicos permite converter a energia solar em elétrica, enquanto os coletores solares têm a vantagem de usá-la para aquecer água. A instalação destes sistemas leva à redução do consumo de energia elétrica.
No poupar está o ganho
A falta de conforto térmico nas casas resulta de problemas construtivos. Para ultrapassar o desconforto, gasta-se eletricidade em excesso para aquecer ou arrefecer. Porém, as casas construídas segundo critérios bioclimáticos apresentam temperaturas que, na maior parte do ano, dispensam equipamentos de aquecimento ou arrefecimento. Num edifício, a fase de maior impacto ambiental é a da construção, dado concentrar a grande fatia de consumo energético. Aqui, a arquitetura bioclimática é crucial nos mecanismos a que recorre para o diminuir: a orientação solar, o correto posicionamento do edifício no terreno, a escolha adequada dos materiais de construção.
Os materiais de construção também influenciam as condições climatéricas no interior. A inércia térmica, própria dos materiais pesados, como dos tijolos maciços e da pedra, é importante em casas bioclimáticas. Com grande inércia térmica, mantêm-se mais tempo frescas durante o dia, enquanto armazenam calor, que libertam à noite.
Considerando um cenário de consumo de 12 500 kWh/ano, correspondente a um gasto de eletricidade de cerca de € 65 mensais e de € 35 de gás, a redução em 80% da fatia do aquecimento significa uma poupança anual superior a 250 euros.
http://ecocasaportuguesa.blogspot.com

Obs. Mantivemos o texto original.

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