Iniciamos a primeira parte da reunião, com a explanação dos problemas identificados, por cada um, durante a observação da comunidade, no último sábado.
As situações mais comuns:
– Casas com paredes sem amarração dos tijolos
– Casas com poucas ou nenhuma janela, impedindo a ventilação e iluminação natural, o que ocasiona problemas de umidade nas paredes e doenças nos moradores
– Lajes sem impermeabilização, o que pode acarretar vazamentos para o piso inferior
– Lajes sem escoamento de água, formando poças
– Inexistência de recuos laterais ou de frente, o que impede a circulação de ar
– Telhas soltas sobre os telhados, oferecendo risco em caso de ventania ou chuvas
– Caixas d’água sem tampa, ou com tampa solta, oferecendo risco de acidentes ou dengue
– Falta de reboco nas paredes externas, provocando umidade na parte interna da casa
– Fios sem proteção e muitos “gatos”(ligações irregulares)
– Entulho sobre as lajes
– Casas com risco de desabamento
– Coberturas e fechamentos improvisados
– Casas sem iluminação natural e janelas com abertura para a casa vizinha – ambiente muito gelado no inverno e muito quente no verão
– Rachaduras
– Calçadas sem espaço para circulação
– Bueiros sem tampa
– Valetas nas guias, o que acumula lixo
– Ruas muito estreitas
– Falta de planejamento
– Impotência dos moradores diante da situação precária das construções
– Degradação irreversível
– Doenças causadas pela má qualidade da moradia
– Contrastes entre casas inacabadas e precárias e igrejas suntuosas
– Desperdício de alimentos, materiais, água, luz
– “Puxadinhos” – casas construídas sem janelas, labirintos sem condições de habitabilidade
– Casas em barrancos com risco de desabamento
A segunda parte da nossa reunião seria uma discussão sobre meio ambiente e carta da terra, no entanto, cada uma das pessoas apresentou um problema real, como rachaduras, casas cedendo, piso oco, falta de condições para acabamento, falta de segurança.
“A realidade é sempre maior e mais rica que os sonhos”, por isso, vamos refazer nosso programa a cada dia, para que esses colegas possam reverter algumas situações insustentáveis. Cada caso será analisado pelo grupo e orientaremos para possíveis soluções.
Ensinar a construir uma casa é muito importante mas, ensinar um jeito novo de olhar para a realidade que nos cerca e perceber que essa realidade pode e deve ser modificada é fundamental para a sobrevivência da dignidade, da esperança e da valorização do ser humano.
Na próxima semana pretendemos ensinar a medir com o corpo, conversar sobre a carta da terra… se não der tempo, nossa prioridade é buscarmos juntos, soluções para o problema da iluminação precária da casa da nossa colega; aprendermos a fazer uma pequena horta; tentarmos compreender porque a casa do nosso colega está cedendo e como poderemos solucionar isso. O sonho está no papel, em slides bonitos para serem apresentados no power point, mas, a realidade está diante dos nossos olhos e as soluções podem estar ao alcance das nossas mãos, juntos, vamos escolher como será a nossa próxima reunião.
Miriam Morata Novaes

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