EESC produz cimento alternativo para compor fibrocimento

João de Barro
Por Antonio Carlos Quinto[email protected]
Agência USP de Notícias
EESC produz cimento alternativo para compor fibrocimento 1
Fibrocimento alternativo mostrou maior durabilidade e menor custo

Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, pesquisadores desenvolveram um cimento alternativo para ser utilizado na produção de fibrocimento. O produto poderá substituir o cimento portland, que é usado na composição do fibrocimento em até 80%, como aglomerante. Em testes realizados na EESC, o fibrocimento alternativo mostrou maior durabilidade e menor custo, além de ser menos agressivo ao meio ambiente. “O material não será produzido para utilização em fins estruturais, mas sim para elementos construtivos ou artefatos, como telhas e paineis de fechamento”, avisa o engenheiro civil Carlos Gomes, que é pós-doutorando e professor colaborador de pós-graduação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da EESC.

O cimento alternativo foi desenvolvido dentro de uma linha de pesquisa da escola, supervisionada pelo professor Eduvaldo Sichieri, que vem estudando possibilidades de se produzir fibrocimentos mais econômicos e duráveis, com o uso de fibras alternativas e escórias de alto forno. A base do novo produto, segundo Gomes, é constituída de compostos de óxido de magnésio. “O cimento à base de óxido de magnésio, chamado de cimento magnesiano, começou a ser estudado por volta de 1867. Contudo, devido ao seu alto custo, a utilização ficava inviável”, justifica o engenheiro. O óxido de magnésio é usado, principalmente, na produção de materiais refratários.

Nos laboratórios da EESC, Gomes adicionou algumas cargas minerais ao óxido de magnésio que acabaram por reduzir o custo. “Conseguimos então um produto que, na composição do fibrocimento, pode substituir por completo o cimento portland”, garante o pesquisador. A característica menos agressiva ao meio ambiente fica por conta do processo de produção do cimento alternativo. Gomes conta que o produto é menos alcalino que o cimento tradicional. “Verificamos ser possível menores emissões de carbono durante a produção. Ao mesmo tempo, o produto consegue capturar mais carbono do meio ambiente”, explica.

Vantagens
Os testes com o cimento alternativo revelaram vantagens não apenas no processo produtivo, como no menor tempo para produção, e por ser menos agressivo às fibras por sua baixa alcalinidade. O produto apresenta vantagens na sua durabilidade.

Gomes conta que nos testes realizados com fibrocimentos compostos por fibras de escória de alto forno ou celulose, a degradação (envelhecimento acelerado) dos materiais foi superior aos 56 dias, um tempo padrão recomendado pelas normas. “Quando substituímos o portland pelo cimento alternativo, não observamos a degradação das fibras”, conta o engenheiro, lembrando que os testes são realizados com a imersão do produto em água quente.

Outra vantagem é em relação à “cura final”, ou seja, quando o material atinge a secagem e ponto de resistência ideais. Segundo Gomes, enquanto o fibrocimento com cimento alternativo atinge o ponto ideal (cura) em cerca de 40 minutos, o produto feito com o cimento portland atinge sua cura somente em torno de 28 dias depois. O engenheiro destaca que o cimento alternativo ainda passará por testes que serão realizados na própria EESC em protótipos de habitações populares.

Mais informações: (16) 3413-9352, com o engenheiro Carlos Gomes; email [email protected]

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Respostas de 2

  1. Olá, meu colégio esta fazendo um trabalho sobre materiais usados na construção alternativos e mais econômicos e não agressivas ao meio-ambiente.Vocês podem me informar aonde eu consigo panfletos, para distribuir as pessoas? Agradeço desde já.

    1. Olá Giulliana, que trabalho interessante esse, seu colégio está de parabéns. Tente entrar em contato com o site de empresas como o Banco do Planeta do Bradesco, ou o Espaço de Sustentabilidade do Banco Santander, ou o do Itaú, todos eles tem um trabalho muito bom.
      Nós vamos publicar uma cartilha para montar e colar, sobre conforto ambiental, me diz quando será seu trabalho, assim vocês poderão imprimir a cartilha e distribuir para seus colegas.
      Estou com um problema para publicar, pois o arquivo é muito grande, mas, amanhã falarei com alguns amigos e acredito que, ainda esta semana teremos a cartilha publicada. É um trabalho feito por professores da UNICAMP e acho que será muito interessante para seus colegas.
      Obrigada pela sua visita, boa sorte no seu trabalho.
      Abraço,
      Míriam

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