A Casa Alvorada e o Centro Experimental de Tecnologias
Habitacionais Sustentáveis

Uma das razões determinantes para as crises (não só ambiental, mas ética, de falta de princípios) por que hoje passa a humanidade é a fragmentação de todos os elementos essenciais à vida, física e espiritual, e, ao mesmo tempo, da pouca dedicação em reintegrá-los. No afã de buscar conhecer os detalhes, as mínimas coisas, ou, in extremis, o tudo sobre o nada, nós os fragmentamos mais e mais, até além do nível subatômico. O universo é fragmentado em bilhões de nebulosas.
Cada uma, por sua vez, é fragmentada em bilhões de estrelas, e sobre elas buscamos saber a sua exata composição. O planeta é dividido em países ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, exploradores
e explorados, todos competindo entre si. O mesmo acontece com as diversas instâncias de unidades políticas territoriais, até chegar à família e ao próprio homem. Este é dissecado por inúmeros especialistas, cada um, normalmente, buscando ver pouco além daquelas questões não diretamente associadas à sua própria especialidade. Nas universidades, o conhecimento é também fragmentado entre os inúmeros departamentos, cada um tratando, quase que exclusivamente, de suas próprias especificidades, com poucas trocas entre si e quase nenhuma cooperação interdepartamental, e até mesmo intradepartamental. Os alunos são educados, têm o seu conhecimento conformado dentro desse mesmo modelo, somando disciplinas em seus currículos, em um ambiente onde raramente se observam uma integração de esforços, um caráter interdisciplinar ou uma ambição transdisciplinar.
Uma vez profissionais, irão reproduzir esse modelo em suas empresas, nos órgãos públicos ou privados onde irão trabalhar. Aos arquitetos, engenheiros, gestores públicos, enfim, a todos e a cada um dos atores da vida pergunta-se: que planeta, que país, que cidade, que bairro, que edificação, que indivíduos irão gerar como resultado dessa formação e, conseqüentemente, dessa visão de mundo? Certamente, as respostas não estão nem no infinitamente grande, nem no infinitamente pequeno, isoladamente.
Mas, talvez, estejam em ambos, simultaneamente, assim como nos processos que os unem e na visão sistêmica de suas partes e funções. Talvez, após um longo período de análise, seja o momento de o homem, novamente, aprofundar a busca da síntese.

Miguel Aloysio Sattler – Porto Alegre – 2007

Este documento é de grande importância para Arquitetura Sustentável, “novas” opções de construção e ética do planeta.

Agradecemos ao professor Miguel Aloysio Sattler por autorizar a publicação deste trabalho.

 

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