O evento recebeu aproximadamente 2 mil pessoas da comunidade. Foi uma honra e uma alegria muito grande, compartilhar experiências, ouvir sugestões e histórias de vida, recheadas de dificuldades e criatividade.
Um dos grandes problemas das casas da região é o “desconforto térmico”, no verão as casas são muito quentes e no inverno, geladas demais. Apresentamos algumas propostas como cobertura eficiente, com materiais e soluções de baixo custo – manta térmica e pintura do telhado, mais janelas ou aberturas para ventilação natural.
Outro problema levantado foi a questão do custo dos materiais ecológicos; como possível solução temos a fabricação do próprio tijolo; construir em regime de mutirão; utilizar materiais reciclados e organizar grupos para capacitação em arquitetura sustentável de baixo custo.
Conversamos sobre a urgência em cuidar do planeta com atitudes simples, como economia de energia – substituindo as lâmpadas, aquecendo a água do chuveiro com painel solar, etc.; economia de água – reuso de água do chuveiro para o vaso sanitário, da água da máquina de lavar roupa para lavar o quintal, captação da água de chuva; reciclagem de lixo; criar uma pequena horta para consumo próprio, etc.
Uma senhora se comprometeu a entrar em contato com as cooperativas de catadores do bairro, para começarem a produção da manta térmica com embalagem tetrapak, assim poderiam utilizar nas residências vizinhas.
Um visitante, morador de Minas Gerais, sugeriu que pesquisássemos sobre a “baba do cupim”, pois a estrutura do cupinzeiro é extremamente forte, e em algumas casas da região onde mora, os moradores utilizam a “fundação” do cupinzeiro para estruturar fornos e alpendres.
Estamos aprendendo juntos, buscando soluções para que as casas populares não sejam depósitos (mal acabados) de gente, mas, moradias dignas, seguras e bonitas.
Agradeço de coração, a todos que estiveram presentes, apoiando, incentivando, ensinando e contribuindo para que acreditemos cada dia mais, que vale a pena cuidar deste Planeta, porque ele é o nosso Lar!
Míriam Morata Novaes