A Evolução do Conceito de Lixo

A palavra lixo é derivada do termo em latim lix que significa: a) “cinzas”    de uma época em que a maior parte dos resíduos de cozinha era formada por cinzas e restos de lenha carbonizada dos fornos e fogões; e também b) lixare (polir, desbastar) onde lixo seria então a sujeira, os restos, o supérfluo que a lixa arranca dos materiais.  No dicionário, ela é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos.

A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos descartáveis em que a maior parte dos produtos — desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, até computadores — são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.

Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades.

A questão é: o que fazer com tanto lixo?

O lixo geralmente é mais rico do que imaginamos…

Tipos de Lixo e Sua Reutilização

Tipos de lixo com suas respectivas cores para reciclagem.

PAPEL

A matéria-prima vegetal mais utilizada para a fabricação de papel é a madeira obtida em áreas de reflorestamento (na sua maioria, eucalipto e pinus).

A matéria-prima é processada química ou mecanicamente, ou por uma combinação dos dois métodos, gerando a “pasta celulose”. A pasta de celulose também pode ser obtida por meio da reciclagem do papel.
Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma grande quantidade de água e muita energia. A reciclagem de papel preserva as árvores que seriam cortadas para fabricá-lo, reduz a poluição do ar e da água, além de economizar energia.

Reciclável                        Não Reciclável
Caixa de papelão Papel sanitário
Jornal Copos descartáveis
Revista Papel carbono
Impressos em geral Fotografias
Fotocópias Fitas adesivas
Rascunhos Etiquetas adesivas
Envelopes  
Papel timbrado  
Cartões  
Papel de fax  

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CICLO DA RECICLAGEM DO PAPEL
1.
 O catador de recicláveis recebe o papel utilizado e o separa de acordo com o tipo.
2. Remove-se objetos como clips, grampos e plásticos, e o papel é organizado em “fardos”, que são enviados para as indústrias papeleiras.
3. Os fardos são cortados em tiras e carregados por uma esteira até um enorme tanque de água quente chamado “hidropulper”, que corta e agita o papel até ser transformado numa pasta de celulose.
4. A água é retirada da polpa por drenagem, eliminando-se também por esse processo impurezas como fibras ou arames.
5. Produtos químicos e corantes podem ser adicionados à polpa antes de ser processada em uma outra máquina.
6. A polpa preparada é jogada sobre uma tela de arame que funciona como peneira. A água passa através das malhas deixando somente as fibras agregadas que se transformarão no papel.
7. A água deixada nas fibras é prensada e o papel é secado por meio de rolos e pesados cilindros aquecidos a vapor.
8. A superfície do papel é alisada, sendo depois enrolado em bobinas. E está pronto para ser utilizado novamente.
BENEFÍCIOS DA RECICLAGEM
Economia dos seguintes recursos naturais:
 – Madeira: uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado.
– Água: na fabricação de 1 tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2 mil litros de água, ao passo que, no processo tradicional, esse volume pode chegar a 100 mil litros por tonelada.
– Energia: em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador.

PLÁSTICO

A leveza e a maleabilidade fazem do plástico um dos materiais preferidos para embalar e transportar produtos. Porém, a indústria plástica criou um dos maiores problemas ambientais deste século: a eliminação do lixo plástico.
Os materiais plásticos ocupam muito espaço nos aterros, devido a dificuldades de compactação e por sua baixa degradabilidade. As embalagens plásticas, lançadas indevidamente no ambiente, contribuem para entupimentos, propiciam condições de proliferação de vetores de doenças, prejudicam a navegação marítima e agridem a fauna aquática.
Geralmente, os plásticos manufaturados chegam ao final da vida útil praticamente sem modificações substanciais nas suas características físico-químicas. Entretanto, boa parte dos plásticos usados pode ser reciclada, resultando, daí, ganhos ambientais, econômicos e sociais.
O QUE SE PODE FAZER COM PLÁSTICO RECICLADO

Plástico Objetos mais adequados à reciclagem Alguns objetos que podem ser feitos com plástico reciclado
PS Caixas de CDs, embalagens de laticínios Vasos de plantas, cabides
PP Caixas de baterias de automóveis, sacos de ráfia Tubos de esgoto, caixas e vasos para plantas
 PE  Garrafas, engradados Sacos, vazilhame de produtos de limpeza
 PET  Garrafas Fibras para fazer vestuário, caixas, fibras para enchimento
 PVC  Tubos, perfis Tubos de esgoto, solas de sapatos, perfis
ESP Caixas, embalagens Vasos para plantas, cabides

BENEFÍCIOS DA RECICLAGEM:
– Economia de energia e petróleo;
– Aceleração da decomposição da matéria orgânica nos aterros sanitários, pois o plástico impermeabiliza as camadas de material biologicamente degradável, prejudicando a circulação de gases e líquidos;
– Redução do volume de lixo depositado em aterros, aumentando sua vida útil.
Poucas são as empresas que fazem todo o processo de reciclagem do plástico. O mais comum é:
1º Grupo » Empresas de comercialização de resíduos: compram a sucata plástica, separam, prensam em fardos e vendem
o resíduo classificado.
2º Grupo » Empresas de transformação dos resíduos em grânulos: compram os resíduos já classificados e transformam
em grânulos.
3º Grupo » Empresas de fabricação de novos produtos: compram os grânulos e transformam em novos produtos.
RECICLAGEM DE PET
PET é o melhor e mais resistente plástico para fabricação de garrafas e embalagens. Devido às suas características, o PET mostrou ser o recipiente ideal para a indústria de bebidas em todo o mundo.
Porém, com o aumento do consumo, surgiu um grande desafio a ser resolvido: o que fazer com as embalagens já utilizadas e descartadas?
A coleta e a reciclagem da embalagem PET têm sido cada vez mais incentivada, permitindo o uso da matéria original para a fabricação de diversos produtos. Um dos mais interessantes é produção de fibras de poliéster. Essas fibras estão sendo largamente utilizadas na indústria têxtil e nas confecções.

METAL

O homem moderno é extremamente dependente dos metais. Nos veículos, na construção civil, nas ferramentas e nos utensílios domésticos, os metais estão presentes em grandes quantidades. Nas aplicações elétricas, o cobre é fundamental. Os metais leves, como alumínio, titânio e zircônio, são cada vez mais usados.
Os metais são materiais muito duráveis de grande resistência mecânica e facilidade de conformação, sendo muito utilizados em equipamentos, estruturas e embalagens em geral. Quanto à composição, os metais são classificados em dois grandes grupos: os ferrosos (compostos basicamente de ferro e aço) e os não-ferrosos. Entre os metais não-ferrosos, destacam-se o alumínio, o cobre, o chumbo, o níquel e o zinco.
Os metais são 100 % recicláveis. Para a reciclagem, os metais são separados por tipo:

– sucatas pesadas: geralmente encontradas nos “ferros-velhos” (vigas, equipamentos, chapas, grelhas etc.);

– sucatas de processo: cavacos, limalhas e rebarbas, além de peças defeituosas que voltam ao processo industrial;

– sucatas de obsolescência: materiais destinados ao lixo, após o uso.

As sucatas de materiais ferrosos são vendidas para as siderúrgicas e fundições que os usam como matéria-prima para a produção de aço. As mais comuns são:

– aço e ferro, usados em obras de construção civil;

– tubos de ferro e aço;

– ferro fundido: blocos de motores, peças, tubos, conexões;

– latas vazias;

– cabos elétricos;

– tambores de 200 litros;

– peças de máquinas;

– pedaços de objetos variados.

As sucatas de materiais não-ferrosos mais comuns são:

 – alumínio: latinhas de bebidas, janelas, portões, grades, panelas, rodas, marmitex;

– cobre encapado: fios com capa de isolação;

– cobre nu: fios sem isolação, tubos;

– chumbo: redes de canalização, tanques e aparelhos de raios, lacres, chumbo de roda;

– zinco:  placas de pilhas, telhas;

– estanho: peças variadas;

– níquel;

– titânio;

– bronze;

– latão;

– magnésio.

Reciclagem de Alumínio
De acordo com dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a cada 1Kg de alumínio reciclado, 5Kg de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. Para se reciclar 1 tonelada de alumínio, gasta-se somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, a reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica.
A reciclagem da lata representa uma enorme economia de energia. Para produzir o alumínio são necessários 17,6 mil kW. Para reciclar, 700 kW. A diferença é suficiente para abastecer de energia 160 pessoas durante um mês. Hoje, em apenas 42 dias, uma latinha de alumínio pode ser comprada no supermercado, jogada fora, reciclada e voltar às prateleiras para o consumo.

VIDRO

O vidro é um material duro, frágil e transparente. É fabricado a partir de algumas das matérias-primas mais abundantes da face da Terra. O elemento básico do vidro é a sílica, fornecida pela areia, óxidos fundentes, estabilizantes e substâncias corantes.
O uso da embalagem para o mesmo fim, várias vezes, é o primeiro dos atributos que diferenciam o vidro da maioria dos materiais de embalagem.
O aproveitamento do vidro na reciclagem é de 100%. Os cacos são utilizá-los como matéria-prima na fabricação de novas embalagens de vidro. O material é fundido em fornos de alta temperatura junto com a matéria-prima virgem (calcário, barrilha, feldspato, entre outros). Cada 1 Kg de vidro que é reciclado evita a mineração de 1,3Kg de areia – uma prática de alto impacto ambiental.

CLASSIFICAÇÃO DE SUCATAS DE VIDRO

Recicláveis Não Recicláveis
Garrafas de bebida alcoólica e não alcoólica Espelhos, vidros de janela e box de banheiro, lâmpadas, cristal
Frascos em geral (molhos, condimentos, remédios, perfumes e produtos de limpeza) Ampolas de remédios, formas, travessas e utensílios de mesa de vidro temperado
Potes de produtos alimentícios  Vidros de automóveis
 Cacos de embalagens  Tubos de televisão e válvulas

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Uma das principais dificuldades na reciclagem do vidro é a coleta do material descartado. Deve ser separado por tipos e cores:

  1. Por tipo:
    – Garrafas;
    – Potes (alimentos);
    – Frascos (medicamentos, cosméticos, etc);
    – Vidros planos;
    – Cristais;
    – Espelhos;
    – Lâmpadas;
    – Pirex e similares.
  2. Por cor:
    – Translúcido ou incolor: o mais valorizado;
    – Âmbar (garrafas de cerveja e produtos químicos) e verde (refrigerantes): o segundo mais valorizado;
    – Misto e plano.

RESÍDUOS ORGÂNICOS

Mais da metade do lixo domiciliar é constituída por matéria orgânica. A compostagem é o processo natural de decomposição biológica, que propicia um destino útil para os resíduos orgânicos, transformando problema em solução.

VANTAGENS DA COMPOSTAGEM:
– É fácil de fazer;
– Tem custos reduzidos;
– Melhora a estrutura do solo e atua como adubo;
– Tem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença no solo e nas plantas;
– Diminui a contaminação dos solos

COMO FAZER UMA COMPOSTEIRA DOMÉSTICA?

  1. Reserve um recipiente, em sua cozinha, apenas para o descarte de resíduos orgânicos. As embalagens ou objetos de plástico, vidro e metais deverão ser descartados em outro recipiente.
    2.Escolha um canto no seu quintal, de preferência à sombra, onde você montará sua composteira. Contorne o espaço escolhido com bambu, madeira velha, tela de galinheiro, blocos ou tijolos (sem cimento).
    3. Deposite na composteira o material orgânico, já separado do lixo. Cubra-o com folhas, grama cortada, serragem e esterco seco misturado com terra, até que não dê para ver o material orgânico (restos de alimentos) embaixo.
    4. Regue o monte para umedecer essa camada de cobertura mais seca. Essa cobertura também protege o monte do sol direto.

    Procedimentos
    1. A cada dois ou três dias areje bem o monte, passando o material de um lado para o outro. Após esses revolvimentos, o material esquenta – não será fácil manter a mão no meio do monte por muito tempo –, indicando que a decomposição está ocorrendo corretamente. Em qualquer momento, você pode adicionar mais material orgânico à composteira, repetindo a etapa 3.
    2. Fungos, tatuzinhos, besouros, piolhos-de-cobra e trilhões de bactérias estarão trabalhando por você, decompondo o material. Esses “bichinhos” são inofensivos e não se espalham para além do monte. Se, quando o composto estiver pronto, você quiser ensacá-lo para vender, peneire-o antes, devolvendo os bichinhos ao monte, para que eles possam continuar o trabalho de decomposição.
    3. Quando não couber mais material na composteira, comece outra, seguindo o mesmo procedimento. O monte deve ser revirado e regado, por cerca de 2 meses. Após esse período, o monte terá murchado pela metade.
    4. O material será um composto, pronto para ser usado, se o monte:
    – Tiver cor marrom café e cheiro agradável de terra;
    – Estiver homogêneo e não der para distinguir os rejeitos;
    – Não esquentar mais, mesmo após o revolvimento.
    Fonte: CECAE USP

O QUE PODE E O QUE NÃO PODE SER USADO NA COMPOSTAGEM ETAPAS DA COMPOSTAGEM
1ª Etapa
O tempo de duração é de 10 a 15 dias. É a etapa da decomposição da matéria orgânica facilmente degradável, como por exemplo, carboidratos. As proteínas, aminoácidos, lipídios e carboidratos são decompostos em água, gás carbônico e nutrientes, liberando calor. A temperatura pode chegar a 65-70ºC. Nessa temperatura, durante um período de cerca de 15 dias, é possível eliminar as bactérias patogênicas, como por exemplo, as salmonelas, e as ervas – inclusive as daninhas, ovos de parasitas, larvas de insetos etc.
Nessa fase, a temperatura deve ser controlada para que não ultrapasse os 75ºC, pois pode causar a produção de odores, pelas reações químicas que acontecem no processo e não mais a ação biológica de microorganismos.

PODE NÃO PODE
Restos de comida cozida e da preparação Carne, peixe, frutos do mar
Cascas de frutas, legumes e ovos Laticínios (queijo, manteiga etc)
Folhas e resíduos de jardim  Gorduras
 Restos de madeira  Resíduos de jardim com pesticidas
  Plantas doentes
  Plásticos, vidros, metais, tecidos, tintas, produtos químicos, medicamentos

2ª Etapa
A temperatura fica na faixa de 45-30ºC e o tempo pode variar de dois a quatro meses. É a fase de semimaturação: os participantes freqüentes desta fase são as bactérias e os fungos.

3ª Etapa
Essa é a fase de maturação/humificação: celulose e lignina são transformados em húmus ou composto. A temperatura cai para 25-30ºC.

PNEUS

Os pneus são feitos basicamente de borracha, que é um tipo de material altamente resistente à degradação biológica e com elevado poder calorífico, podendo constituir risco como potencial foco de incêndio (um pneu pode ficar em combustão por semanas).
Quando queimados, os pneus liberam gases que formam uma fumaça negra, de forte odor, na qual está presente o dióxido de enxofre. Além disso, os pneus depositados em locais inadequados permitem a proliferação de diversos mosquitos, como os transmissores da dengue e da febre amarela, pois acumulam água no seu interior.
PROCESSOS DE RECICLAGEM DE PNEUS
1.
 Processos físicos/mecânicos: o pneu é triturado, moído e seus componentes (borracha, fibras, aço) são separados para posterior reutilização.
2. Processos químicos: são os que permitem obter maior leque de produtos.
3. Processo pirolítico (decomposição pelo calor, sem oxigênio): podem ser obtidos diversos tipos de óleos e gases que, posteriormente, poderão ser utilizados como matéria-prima para combustíveis e outros produtos químicos.
USOS PARA OS PNEUS RECICLADOS:
1.
 Recauchutagem e remoldagem: o pneu é reconstruído a partir de um pneu usado, repondo a banda de rodagem (a borracha externa).
2. Uso como combustível: os pneus são picados e queimados nos fornos de indústrias, como produção de cal, cimento, celulose e papel.
3. Uso como aditivo de asfalto: conhecido como asfalto-borracha, é obtido pela mistura de borracha de pneu moído e asfalto.
4. Borracha regenerada: a borracha regenerada pode, em parte, ser utilizada na confecção de bandas de rodagem de pneus. Ela também pode ser utilizada na fabricação de pneus maciços, usados em veículos internos de movimentação de carga.

Visando diminuir o passivo ambiental dos pneus inservíveis no Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a Resolução 258, de 26 de agosto de 1999, que trata da destinação final, de forma ambientalmente adequada e segura, dispondo sobre a reciclagem, prazos de coleta, entre outros fatores.

LÂMPADAS FLUORESCENTES

As lâmpadas fluorescentes são muito econômicas, mas antes da compra é importante observar: somente adquirir o produto com selo Procel, pois foram testadas e aprovadas pelo Inmetro.
O que muita gente ainda não sabe é que as lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares contêm mercúrio, substância tóxica nociva ao ser humano e ao meio ambiente. Se rompidas, liberam vapor de mercúrio que será aspirado por quem as manuseia. Em virtude da ampla utilização pela população que necessita diminuir as contas de eletricidade e da toxidade do material, não basta pensarmos em uma coleta diferenciada. É importantíssimo enfocarmos os cuidados no manuseio e no descarte, para não quebrá-las. Ao manusear as lâmpadas fluorescentes nunca se deve segurá-las pelo vidro. É recomendável que sejam descartadas em caixas de papelão ou protegidas com jornal, plástico bolha, entre outros, para evitar sua ruptura (como, aliás, deve ser para todo material perfurante e cortante a ser descartado). No caso das lâmpadas, devem ser vedadas para conter o vapor de mercúrio e, assim, proteger a saúde e o meio ambiente. Em caso de quebra acidental de uma lâmpada, o local deve ser limpo, os cacos coletados, de modo a não ferir quem os manipula, e colocados em caixas de papelão ou protegidos com jornal, para evitar o rompimento da embalagem que deve ser fechada, hermeticamente, em sacos plásticos, a fim de evitar contínua liberação.
Enquanto não se regulamenta a legislação que criará normas para lâmpadas com mercúrio, é recomendável que a população não misture essas lâmpadas com o lixo doméstico, pois serão rompidas fatalmente, contaminando o meio ambiente e pondo em risco a saúde dos funcionários da limpeza – local ou pública, bem como a saúde dos catadores.

RECICLAGEM
O processo de reciclagem industrial de lâmpadas fluorescentes mais usado, em várias partes do mundo e no Brasil, envolve basicamente duas fases:

1ª fase: Esmagamento
As lâmpadas são quebradas em pequenos fragmentos em um moinho, quando, então, os materiais constituintes são separados em cinco classes distintas:

  • terminais de alumínio;
  • pinos de latão;
  • componentes ferro-metálicos;
  • vidro;
  • poeira fosforosa, rica em mercúrio;
  • isolamento baquelítico.

Destino dos produtos obtidos:
 A poeira é retirada do filtro e transferida para uma unidade de destilação para recuperação do mercúrio;
– O vidro é enviado para reciclagem;
– O alumínio e pinos de latão, depois de limpos, são enviados para reciclagem;
– A poeira de fósforo é, normalmente, enviada para uma unidade de destilação, onde o mercúrio é extraído. O mercúrio é, então, recuperado e pode ser reutilizado;
– A poeira fosforosa resultante é reciclada.

O único componente da lâmpada que não é reciclado é o isolamento baquelítico, existente nas extremidades da lâmpada.

Destilação de mercúrio
É a fase de recuperação do mercúrio contido na poeira de fósforo. A recuperação é obtida aquecendo o mercúrio acima de 350°C. O material vaporizado, a partir desse processo, é condensado e coletado.

Fonte: CMRR – Centro Mineiro de Referência em Resíduos

Curiosidades…

O gerenciamento do lixo sólido, além de ajudar na preservação dos recursos primários existentes na natureza, permite a redução do volume do lixo e a diminuição da poluição do ar, do solo e da água, trazendo também economia de energia e de água na produção. O papel reciclado, por exemplo, requer cerca de 74% a menos de energia e 50% a menos de água do que o papel obtido de madeira virgem.

O Japão reutiliza 50% do seu lixo sólido. Nesse país um dos mais engajados em questões de preservação ambiental, são comuns diversos tipos de reciclagem, como o reaproveitamento da água do chuveiro na privada. Já na Europa Ocidental, recupera-se 30% do seu lixo e os EUA reciclam 11%.

Materiais retirados do lixo, que levariam tempo para se decompor, como o alumínio, plástico, vidro, papel e papelão, estão sendo reprocessados e voltando para o mercado como embalagens, utilidades domésticas e outros milhares de produtos. A reciclagem de uma única latinha significa a economia de energia suficiente para manter uma TV ligada por 3 horas.

 

 

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