Uma equipe de pesquisadores do departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho (UMInho) está criando um revestimento revolucionário para paredes e tetos que aquece/arrefece a temperatura interior das casas e escritórios. A inovação ajuda a poupar energia eléctrica, a um maior conforto térmico e à eco-sustentabilidade.
A tecnologia baseia-se em microcápsulas termicamente ativas, aplicadas na superfície das argamassas – o que deverá ser uma prática corrente dentro de dez anos, esclarece José Barroso de Aguiar, docente da UMinho.
Por exemplo, ao passar de fase sólida para líquida faz descer o termômetro e reter energia do compartimento. Com estes aditivos nas argamassas consegue-se reduzir o consumo de energia (eficiência), uniformizar a solicitação à rede energética, aumentar o conforto térmico dos edifícios, evitar o gasto das não renováveis e, por efeito, minimizar o consumo de dióxido de carbono.
Constituição do projeto:
O projeto designado «Contribuição de Argamassas Térmicas Activas para a Eficiência Energética dos Edifícios» é apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e termina em 2013. Junta cerca de 25 investigadores das universidades do Minho (promotora), Aveiro, Coimbra (através do instituto IteCons) e ainda das empresas parceiras Secil Martingança e Sival, ligadas aos ramos das argamassas de cimento, cal hidráulica e gesso.
A equipe de investigação minhota diz não ter registos de uma invenção do gênero no resto do mundo. E, em 2012, prevê fazer um workshop para os parceiros do projeto trocarem experiências; se tudo correr bem, também irá anunciar os resultados prévios e eventuais patentes.
Além de desenvolver sistemas construtivos energeticamente mais eficientes, a presente pesquisa coordenada pela UMinho procura averiguar a viabilidade técnica da aplicação dos PCM e quantificar a redução de consumos de energia para diversos tipos de imóveis e divisórias, através da comparação com argamassas convencionais e simulação numérica.