As casas construídas atualmente são totalmente dependentes das energias exteriores (elétrica, gás, água, etc.). Apesar de haverem pesquisas e soluções simples de iluminação passiva, ventilação cruzada, saneamento ecológico, captação de água da chuva etc., pouco se aplica na prática da construção civil.
A Bioconstrução vem demonstrar que é possível fazer uma casa confortável, com iluminação natural, sistema de aquecimento solar e/ou a lenha (do ambiente interno da casa e da água), ventilação cruzada (observando os ventos predominantes), estratégias utilizando da vegetação para fazer sombras, quebra ventos, produzir alimentos saudáveis em pequenos locais, captar água da chuva, pois a água que vem das redes públicas estão carregadas de substâncias tóxicas (cloro, flúor, resíduos de agrotóxicos, hormônios femininos e sabe-se lá o que mais…).
Esse ressurgimento de técnicas tradicionais/ancestrais se faz urgente nos dias atuais e em um futuro muito próximo, onde as palavras chaves serão a AUTONOMIA e a COOPERAÇÃO MÚTUA.
- Vantagens da construção com Terra Crua:
– A terra crua regula a umidade interna das habitações. O barro tem maior capacidade de absorver e perder a umidade que os demais materiais de construção. A umidade dentro de uma casa de barro costuma ficar em torno de 50%, oscilando esse percentual em aproximadamente 5 a 10% dependendo da estação do ano. O nível de umidade considerado ideal para a saúde é de 40 a 60%. Menor que 40% haverá muita partícula de poeira em suspensão e acima de 60% começam a se proliferar fungos no ambiente.
– O barro estabiliza a temperatura no ambiente interior. A terra armazena calor (massa térmica) durante sua exposição aos raios solares e depois perde lentamente quando a temperatura exterior estiver baixa. Em locais onde ocorre grande oscilação de temperatura entre o dia e a noite, o barro é uma excelente proteção. No verão a casa é fresca e no inverno o barro isola bem do frio exterior.
– Por ser natural, a terra não contamina o ambiente e economiza energia, utilizando apenas 1 a 5% da energia despendida em uma obra similar de concreto e tijolos cozidos.
– As construções com terra podem ser demolidas e reaproveitadas múltiplas vezes.
– Construções de baixo custo. A construção com barro é relativamente simples, facilitando a auto-construção. Utilizando-se ferramentas simples e materiais não tóxicos, toda família pode participar da obra. As crianças adoram!
– O barro preserva a madeira e outros materiais orgânicos.
As madeiras que ficam “dentro” da parede de barro se preservam por muito mais tempo, devido ao seu baixo equilíbrio de umidade que varia de 0,4 a 6%. Os insetos e fungos, responsáveis pela decomposição de materiais orgânicos, necessitam de um mínimo de umidade em torno de 14 a 20%, deste modo não conseguem destruir estes materiais.
- Identificação da terra:
A terra é basicamente uma combinação de areia, argila, silte, pedras e matéria orgânica.
As camadas superficiais do solo contêm quantidades maiores de matéria orgânica e não são apropriadas para construção.
Utilizamos o subsolo para construir.
Função de cada partícula:
ARGILA– Coesão entre as partículas, ela que mantém todas as partículas da terra unidas, sejam areias ou siltes;
AREIA– É a partícula resistente, aquela que trabalha os esforços de compressão, ou seja, a que sustenta a estrutura. Porém sozinhos, os grãos de areia não ficam unidos, função cumprida pela argila;
SILTE– sem função estrutural, contribui no preenchimento de espaços vazios, dada a grande diferença de tamanho entre a areia e a argila;
MATÉRIA ORGÂNICA– nas terras usadas para construção NÃO DEVE SER EMPREGADA, pois pode decompor-se dentro da estrutura, formando partes ocas dentro da mesma e diminuindo a resistência estrutural.
- Outros materiais que podem ser adicionados ao barro:
– Palha – é adicionada a terra para aumentar a resistência às tensões. Funciona de forma similar aos vergalhões de ferro no concreto. Também serve como isolante térmico e micro junta de dilatação.
*Palha de leguminosa é ruim, pois possui muito nitrogênio (degrada rápido). Palha boa é de gramínea, que contém sílica.
– Esterco – utiliza-se preferencialmente o esterco de vaca, mas pode-se usar também o esterco de cavalo e/ou de búfalo. No esterco fresco existe uma bactéria que ajuda na fermentação, mas a acidez residual do estômago, contido no esterco, não deixa entrar em processo de putrefação. Com o processo de fermentação, ocorre um alinhamento das partículas de argila, que após a secagem confere uma excelente resistência à abrasão e certa impermeabilidade. É considerado o cimento natural. Depois de seco, e mesmo durante o manuseio, não apresenta odor desagradável.
– Sumo de cactos (Palma)- impermeabilizante natural. Também confere maior aderência ao reboco e aumenta a união das partículas no barro.
Modo de fazer o sumo de cactos:
Um balde é o suficiente para fazer algumas paredes.
Deve-se utilizar luvas e ter muita atenção com os espinhos do cactos.
Depois de coletado, devemos picar o cactos e colocar em um balde, cobrindo com água.
Depois de 2 dias está pronto para ser misturado na massa do barro.
Deve-se coar antes de misturá-lo à massa.
O mesmo cactos picado pode ser utilizado diversas vezes, adicionando mais água no balde até que pare de liberar sua viscosidade, sobrando apenas a casca verde do cactos.
Fonte: http://espaconaturalmente.blogspot.com.br/
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